The New Yorker


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You Belong With Me
Como Taylor Swift fez da angústia adolescente um império de negócios
Por Lizzie Widdicombe
Uma tarde na Primavera deste ano, a estrela country de vinte e um anos Taylor Swift estava no banco de trás de um Escalade preto subindo Madison Avenue, em seu caminho para o anual Costume Institute Gala no Metropolitan Museum. Swift é conhecida por seus brilhantes e frisados vestidos, mas ela tinha adotado um visual mais polido: um vestido transparente, preto e pêssego, pelo designer J. Mendel, derramado em torno de seus pés; seu cabelo estava preso; seus lábios eram vermelhos escuros e seus olhos estavam esfumaçados. Swift estava enviando mensagens de texto. Nenhum dos outros passageiros do carro - seu guarda-costas, Greg, um corpulento ex-policial de Washington, DC, sua assessora, Paula Erickson, uma mulher alta loira em um blazer preto - falou. O único som veio do iPhone de Swift, que emitiu um ocasional ding!
Depois de um minuto, Swift olhou para cima de seu telefone. "É tão divertido!", Disse ela, falando sobre a premiação. "Uma das minhas melhores amigas" - a atriz Emma Stone - "está aqui esta noite. De modo que vai ser muito divertido, porque nas últimas duas vezes eu estive nesta festa eu não tive nenhum dos meus amigos mais próximos."Ela exalou ruidosamente. "Ufa!" 
Swift é chamado às vezes a garota de 21 anos 2.0 - a menina na porta ao lado, mas com um conjunto de talento superior. Ela tem um dom tipo Oprah de expressividade emocional. Enquanto muitas estrelas jovens têm uma programação de afeto um pouco robótica, ela irradia sinceridade não importa o quão artificial a situação - imprensa, premiações, meets & greets. (Ambas Winfrey e Swift fizeram aparições na recente conferência de vendas Target, onde Swift tocou uma canção engraçada que ela havia escrito para a empresa, chamado "Red Shirt Khaki Pants.").
Quando o carro entrou na Fifth Avenue, Swift lembrou de fazer uma viagem de meia-noite, no outono passado, para comprar o seu álbum mais recente, a platina tripla "Speak Now", em uma Starbucks na Times Square. Ela disse, num sussurro solene: "Eu estava tão feliz com isso, porque tem sido um dos meus objetivos. - Eu sempre ir para a Starbucks, e desejei que eles iriam vender o meu álbum" Eu achei difícil acreditar que ela podia se sentir entusiasmada com uma oportunidade de vendas na Starbucks, mas Swift foi insistente. "Você vai a Starbucks e só há, tipo, dois CDs para vender", disse ela. "E eu senti que seria realmente uma grande coisa se eles quisessem vender um dos meus CDs".
O vulto de calcário do Metropolitan Museum veio à tona. Havia uma tenda em frente à entrada, cobrindo um tapete vermelho, e outro lado da rua uma multidão de espectadores gritando ficou atrás de uma barreira. A porta do carro aberta, e Swift saiu para gritos de "Tay-lor! Tay-lor!"

Facilitando-se para a calçada, ela procedeu-se à base das escadas, e fez uma pose antes de uma falange de câmeras: uma expressão abafada e forte, uma mão em seu quadril, seus olhos se estreitaram, a cabeça inclinada para trás. Ela parecia ter dez anos.
Swift tem o bastante, mas não agressivamente sexy, olhar de uma sirene de cinema da década de trinta. Ela é alta e esguia, com pele de porcelana, cabelos longos do caramelo que parecem crespos, e os olhos deveras pequenos que muitas vezes olham como se estivessem semicerrados.
Ela ama usar maquiagem, mas tende a assemelhar-se com um estilo de maquiagem: batom vermelho, densa máscara. Num mundo de Lohans e Winehouses, Swift é frequentemente citada como um modelo a ser seguido, uma denominação que ela leva a sério.”É um elogio à sua personalidade,” ela me disse. “É baseado nas decisões que você toma na sua vida.” Ela está no meio de sua segunda turnê mundial, e cada show começa com um momento no qual ela para silenciosamente no canto do palco e escuta a gritaria de seus fãs. Ela inclina sua cabeça de um lado para o outro e dá a impressão de cintilarem lágrimas – a expressão, que é projetada em um par de telas Jumbotron, é parte Bambi, parte Baby June.
A aura de inocência de Swift não é um ato, exatamente, mas pode ser ocasionalmente interpretado mal na escala de seu sucesso. Ela é comumente descrita usando terminologia* real – a princesa pop ou, como o Post de Washington publicou recentemente, a “poeta laureada da puberdade.” Nos últimos cinco anos, ela vendeu mais de vinte milhões de álbuns – mais do que qualquer outro músico. E, na era do download ilegal, os fãs compram sua música online também. Swift vendeu mais de vinte e cinco milhões de faixas digitais, superando qualquer outro cantor country, e ela está no Guiness World Record pelo álbum digital vendido mais rápido digitalmente (“Speak Now”). Forbes a colocou na sétima posição entre as celebridades mais lucrativas, com uma renda anual de 45 milhões de dólares – uma figura que domina o endossamento, produtos (esse mês ela lançará um perfume com Elizabeth Arden, que estima-se que arrecadará cinqüenta milhões de dólares durante o primeiro ano de vendas), e entradas. Seus shows, cujos lotam estádios e arenas, regularmente produzem setecentos e cinquenta mil dólares por noite. Esses feitos são ainda mais impressionantes porque Swift escreve seu próprio material – uma raridade para uma cantora country, mas especialmente incomum para uma estrela teen.
Que Swift é uma estrela country que pode vir como uma surpresa para os fãs despreocupados de música, que provavelmente a conhece como uma rainha teen genérica, preenchendo músicas de fundo em leves festas e compradores na Forever 21.
Em seu primeiro álbum, que foi lançado em 2006, quando ela tinha 16 anos, Swift canta com a tonicidade nasal sulista, e faz referências à Deus e a caminhonetes. Mas ela mudou de direção profundamente no território pop com seu segundo disco, “Fearless”, que ganhou quatro Grammys em 2010.
É uma coleção de hits de guitarras impulsionadas com um escorregadio brilho comercial. A típica canção de Taylor Swift é suave, mas cheia de insistentes frases melódicas repetitivas; a feição e a delicada voz de Swift, cantando sobre o amor em todas as suas variações – ou, como ela me disse, “Amor, e amor não correspondido; e amor que não durou, ou amor que você gostaria que tivesse durado, ou amor que nunca chegou a ter um começo.”
O cenário, em seus dois primeiros álbuns, é a escola, mas as letras são preenchidas com imagens sonhadoras que poderiam ter vindo de imaginações românticas de uma criança muito jovem – princesas, contos de fadas, beijos na chuva. Um de seus hits, “Love Story”, reforma o conto de Romeu e Julieta em uma cidade pequena, com um final feliz: “Marry me, Juliet, you’ll never have to be alone!” Outros são melancólicos e às vezes teatralmente tristes. Em “Forever and Always”, Swift canta sobre um relacionamento que não deu certo: “It rains in your bedroom / everything is wrong! / It rains when you’re here and it rains when you’re gone!”. É fácil imaginas um refrão de vozes jovens cantando as letras do banco de trás da minivan.
Mas Swift também ganhou a aprovação de pessoas da indústria da música, de Neil Young (“Eu gosto de Taylor Swift. Gosto de ouvi-la”), de Dolly Parton (“Taylor Swift é a melhor coisa que já aconteceu à música country”), do crítico de rock Robert Christgau, que disse de seu último álbum, “O nível de arte faz a minuciosidade do foco perdoável.”Ela ganhou praticamente todos os prêmios da indústria – um A.C.M. por Entertainer of The Year, um C.M.T por Vídeo do Ano e um Grammy por Álbum do Ano – e ela foi indicada em seis categorias no próximo C.M.A., mais do que qualquer outro artista solo. Seu trabalho tem recebido críticas quase que somente positivas, embora a maioria deles retrata-a mais como uma técnica qualificada do que como um visionário Dylanesque. “Swift é uma sábia compositora com um dom intuitivo para verso-refrão-ponte que chama a atenção para... deuses pop suecos Dr. Luke e Max Martin.” Jody Rosen escreveu na Rolling Stone. “Se ela a qualquer hora se cansar do estrelato, pode se aposentar na Suécia e ter uma vida legal fazendo hits para Kelly Clarkson e Katy Perry.”
Como Parton, Swift escreve músicas autobiográficas, uma técnica que, na era da internet, é um engenhoso plano de marketing. Depois que “Speak Now” foi lançado, no último outono, Swift se tornou conhecida por escrever sobre seus ex-namorados famosos: o ator de “Crepúsculo” Taylor Lautner, a estrela da Disney Joe Jonas, o cantor John Mayer. “Dear John” inclui o trecho: “Don’t you think I was too young to be messed with?” (Mayer tinha 32 anos quando eles namoraram). Depois do lançamento do álbum, o exame minucioso do público sobre sua vida amorosa se desenvolveu acerca de algo como um caçador escolar da crítica literária. Um blog analisou a letra “I ran off the plane that July 9th” e se deu conta de que a música era sobre Jonas: “Ela voou para Dallas no dia 9 de julho de 2008 para sentar na platéia de um show dos Jonas Brothers.” Na primeira semana de lançamento, “Speak Now” vendeu mais de um milhão de cópias.
Swift é tolerante com o interesse de seus fãs em sua vida amorosa, assim como ela é com os curiosos que se aproximam dela na rua. “É da natureza humana!” ela me disse. Enquanto ela não fala sobre namoro em entrevistas, ela ajuda investigadores amadores a irem em frente e analisarem detalhadamente a letra das músicas do começo ao fim para desvendar os códigos e mistérios e descobrir sobre qual namorado ela fala. Swift tem uma atração por códigos e símbolos. No palco, ela junta os dedos em forma de coração – “Eu fiz isso uma vez em um show e as pessoas gritaram, então eu continuei fazendo.” Ela disse - e apareceu com seu número da sorte, 13, escrito em sua mão direita em Sharpie. Mais recentemente, ela tem rabiscado letras, como a do U2 “One life, you got to do what you should” em seu braço esquerdo; decifrar as referências tem se tornado outra atividade dos fãs.
A capacidade de Swift de manter o interesse de seu público reflete, em parte, em um profundo conhecimento da obsessão dos fãs em primeiro lugar: um desejo de intimidade entre o cantor e o ouvinte. Ela me disse que a melhor experiência musical é “ouvir uma canção de alguém cantando sobre a própria vida e assemelha-se tanto à sua que faz você se sentir bem.” Seu Website inclui vídeos e mensagens online, postadas pela própria Swift. Seus fãs, que se auto-denominam Swifties, respondem com depoimentos apaixonados – “eu beberia sua água do banho” – e confissões sobre suas próprias paixões: “Jake. Jake. Jake. Jake. Não posso dizer o suficiente. Eu simplesmente amo o som de seu nome."

A próxima parte da entrevista será postada o mais breve possível.

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Terminologia:
conjunto de termos específicos.